segunda-feira, agosto 03, 2009

O que fazer na Birmânia?

Durante décadas, a solução mais fácil para lidar com as dores de cabeça vindas do exterior passava pela intervenção militar. Com o passar dos anos, e com a censura social que as acções bélicas provocavam junto da população, surgiu a necessidade de encontrar uma justificação que sugerisse como solução última o recurso à guerra, a qual passou a ser legitimada através da defesa preventiva por recair uma ameaça directa à segurança nacional ou à paz mundial.
Hoje, até este último cenário é indesejado e manifestamente insuficiente, pelo que urge a obrigatoriedade de motivar toda a Comunidade Internacional a unir esforços e a tomar a iniciativa para atingir objectivos que vão de acordo à política externa de determinados Estados.
Apesar das constantes pressões da Comunidade Internacional, a Birmânia não cede. Aung San Suu Kyi ainda tem um mandato para cumprir e dificilmente deixá-la-ão participar nas eleições agendadas para 2010, apesar do governo local ter anunciado a libertação de presos políticos para este fim.
As recentes notícias que apontam para uma eventual colaboração entre a Coreia do Norte e a Birmânia com o objectivo de este último Estado poder desenvolver uma bomba atómica, provocam muitas interrogações. Será isto verdade? Será esta uma tentativa desesperada de Washington para justificar a queda do governo birmanês? Afinal, o que se pretende com esta notícia? O que se fará caso seja verdade? Mandam-se tropas? Tenta-se a via diplomática? Cruza-se os braços?
A confirmar-se a notícia, então temos um problema grave para resolver e que a Comunidade Internacional não sabe como lidar com ele. Aliás, a Comunidade Internacional não sabe, de todo, como lidar com um Estado violador de direitos humanos, situado numa região onde a China dita as regras e reage mal à ingerência na política interna de terceiros.
As políticas norte-americana e Ocidental começam a ser isto: simplesmente não se faz a mínima ideia de como se pretende reagir aos problemas, enquanto se tenta a resolução diplomática, cruzam-se os braços na esperança de ver no que é que vai dar. Mais do que eficácia, falta liderança e direcção à Comunidade Internacional para enfrentar este género de situações que se começam a alastrar diante de um corpo de bombeiros com mangueira e água para apagar os fogos, mas que não sabe abrir a torneira.

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