quarta-feira, agosto 12, 2009

As listas do PSD: cada um tem aquilo que merece

Manuela Ferreira Leite tem razão quando diz que tem razões para estar sensibilizada com toda a atenção que tem sido dada pelos vários quadrantes da sociedade civil, da comunicação social e da política no respeitante à composição das listas do PSD para as Legislativas.
De facto, para um partido da oposição ao qual muitos parecem já ter traçado o destino de grande derrotado das próximas eleições, os social-democratas parecem mais o partido no poder a quem ninguém tem nada a apontar senão o A que está em 13.º pela Madeira ou o B que está em 38.º por Lisboa.

Pasmo-me com a oposição interna que MFL tem encontrado após a elaboração das listas. Tudo começou com a ausência de Pedro Passos Coelho e Miguel Relvas das listas, dois elementos que nunca acrescentaram nada de novo (e de bom) ao partido e cujo mérito é bastante questionável.
Alguns notáveis do PS chegaram a acusar a líder do PSD de tomar "atitudes estalinistas", outros revoltaram-se face à ausência de elementos que contra ela concorreram. Como a "cena" não pegou, vamos pegar nos próximos.
Eis que surgem alguns notáveis social-democratas, com Marcelo Rebelo de Sousa à cabeça, que se revoltaram com a presença de António Preto e Helena Lopes da Costa, ambos arguidos, nas listas do PSD. O Professor da Faculdade de Direito de Lisboa que censura veementemente a líder do partido esquece-se que até há bem pouco tempo apoiou e teceu rasgados elogios a MFL. Saliente-se que o principal motivo dado por MRS para não avançar para a liderança do partido foi a entrada em cena daquela que o Professor viria a apoiar mais tarde. Recordo ainda que quando MFL avançou para a liderança do PSD, com o apoio de MRS, já António Preto e Helena Lopes da Costa tinham sido constituídos arguidos nos respectivos processos.

António Preto manteve o seu cargo de deputado mesmo após ter sido constituído arguido e nunca me lembro de MRS, nem qualquer outro militante social-democrata, ter colocado em causa a sua ideoneidade para o exercício do cargo. Não me lembro ainda de ouvir MRS, nem nenhum outro militante do PSD, terem questionado MFL, em tempo de eleições no partido, sobre qual seria o comportamento a ter para com "candidatos a candidatos que sejam arguidos".

Ninguém quis saber, todos a apoiaram, e agora que a líder e os órgãos decisores do partido têm toda a legitimidade para decidir é que se rebelam com a decisão da líder. Cada um tem aquilo que merece e quer os apoiantes de MFL quer os seus opositores merecem estas listas para as Legislativas, mais não seja para servirem de exemplo aos eleitores que insistem em votar sem prestar a mínima atenção ao programa dos candidatos e sem sequer perderem um segundo das suas vidas a questionarem se as ideias que estes propõem são as melhores para o país ou aquelas com que mais se identificam.
Agora fazem-se de arrependidos e opõe-se a uma realidade que até há poucos dias subscreviam, tudo porque a situação assumiu dimensões que certamente não estariam à espera e pretendem dar uma de pseudo-elitistas que vivem à margem de todos os comportamentos que são censurados pela comunicação social e, futuramente, pelo eleitorado, eternamente escravo das lavagens cerebrais feitas pelos media.

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