domingo, março 01, 2009

Pacheco Pereira...

Não gosto de Pacheco Pereira. Assumo-o como sempre assumi. É um homem inteligente mas nunca gostei de "pensadores" que se acham envoltos numa aura especial que os coloca um palmo acima da sociedade mortal, achando-se no direito de dar palpites sobre tudo, nunca apontando soluções e dançando sempre conforme a música. Pacheco Pereira é um deles. A verdade é que vejo-o a escrever, mas nunca lhe conheci obras.
Outro mal em "fazedores de opinião" como Pacheco Pereira, e que contribui ainda mais para que não me identifique com este género de pessoas, é a sua falta de capacidade para aceitar o diferente. Tenho mesmo graves problemas em lidar com gente que não se permite aceitar opiniões diferentes de terceiros, acatando apenas a sua. O blogue de Pacheco Pereira é exemplo disso. Visitei o seu espaço de opinião há muito tempo e logo concluí que era impossível fazer comentários aos textos do seu autor. Pacheco Pereira não permite que quem o leia, e muita gente gosta de o ler, expresse a sua opinião sobre os artigos que acaba de ler. Não é o único que padece deste mal, mas a verdade é que me incomoda que alguém se ache tão sábio e tão iluminado ao ponto de recusar ouvir opiniões de terceiros. A isto chama-se falta de humildade intelectual.
Como é natural, a minha passagem pelo seu espaço foi fugaz. Não leio os seus artigos no Público, mas ontem, ao entrar no site do jornal, vejo uma frase brilhante de Pacheco Pereira à qual o diário destacou na sua edição online: "A falta de proporção e relevância, típica da agenda dos blogues, transferiu-se para a comunicação social". Será que o autor já reflectiu bem sobre estas palavras e identifica-se com elas, ou as mesmas não passam de uma exortação do magnânime iluminado José Pacheco Pereira para a "sociedade dos mortais" cujo trono se encontra um palmo abaixo do seu?

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