domingo, janeiro 18, 2009

Lições de democracia

Como bom país africano, aliás, democrático, que somos, o voto e a opinião popular têm tanta influência na governação quanto a plantação da cana-de-açúcar na Antígua e Barbuda. José Sócrates quer maioria absoluta e promete novo referendo à regionalização. Ora, tal como no aborto, há dez anos foi realizado um referendo sobre as regiões administrativas e mais uma vez os portugueses deram a sua opinião sobre o tema: um redondíssimo "não"! Já na altura, como é normal em qualquer Governo, o Executivo de António Guterres torceu bastante o nariz ao "não" expressivo que recebeu. Como em Portugal ainda se tomam os portugueses como tolos, de dez em dez anos decide-se insistir nas propostas antigas para ver se passam. Se o referendo da regionalização proposto por José Sócrates, dez anos após o anterior, for novamente chumbado, ponho dinheiro em cima da mesa como em 2019 vamos ter novo referendo sobre a regionalização caso o PS seja Governo. O problema relativamente a tudo isto é que os portugueses realmente vão dando provas da sua tolice. Depois de votarem a favor da anarquia que é hoje o aborto (onde está a devida regulamentação?), parecem encaminhados para oferecer novo mandato de quatro anos a quem colocou o país na situação em que está e a qual não preciso recordar. Face a este cenário, não censuro a opinião de alguns que na minha opinião seriam uma óptima solução para segurar o leme deste país. Porém, ao mesmo tempo não os posso censurar. Insisto numa tese já defendida diversas vezes neste blog: José Sócrates governa a seu bel-prazer e pode dar os tiros nos pés que quiser, dado que logo a seguir há sempre alguém que o ultrapassa nessa façanha.

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