domingo, outubro 05, 2008

Bando dos 4: Mini-Cimeira de um Cartel Supra Estadual

França, Alemanha, Itália e Reino Unido reuniram-se em Paris, naquela que foi chamada a "Mini-cimeira do G4". Desta reunião, estes quatro Estados acordaram pedir ao Banco Europeu de Investimento 31,5 mil milhões de euros para apoio às pequenas e médias empresas, bem como conceder apoio financeiro às instituições bancárias europeias que mostrarem dificuldades em suportar a crise mundial. O G4 está a querer fazer na Europa, o que os EUA fizeram com o Plano Marshall e estão a ter sucesso nisso, instrumentalizando a União Europeia. para o efeito Acho impressionante que os outros 23 EM e a UE, onde Durão Barroso não foge às suas responsabilidades, permitam que os quatro Estados mais ricos da Europa façam propostas e tomem decisões que possam influenciar todos os restantes, sem qualquer tipo de oposição.
Este G4, tal como o G7 e o G8, assemelha-se em tudo a um cartel: é proibido, existe sem que ninguém o combata e influencia e domina tudo à sua volta a seu belprazer. Acho preocupante que ninguém se atreva sequer a contestar a existência e legitimidade destes "Grupos", e duvido que já alguém tenha parado para pensar que o principal centro de decisões a nível mundial, ainda mais influente que a ONU, o G8, é aquele que não tem sequer um Tratado ou um acordo de intenções que regule o seu modo de funcionamento já para permitir que este se torne num centro de decisões discricionário com repercussões a nível mundial. Deste modo, jamais o grupo poderá ser acusado de não respeitar o "artigo x do Tratado", porque ele simplesmente não existe! Não é curioso que mesmo sem serem entidades oficiais, estes grupos sejam reconhecidos a nível mundial sem que ninguém conteste as decisões que deles emanam, antes lhes reconheçam legitimidade e autoridade?

1 comentário:

Pedro Malaquias disse...

"Portugal e Espanha criticaram ontem de forma velada a cimeira de sábado passado limitada aos quatro maiores países da União Europeia (UE), defendendo que as decisões relevantes sobre a crise financeira deverão ser tomadas a 27 e no âmbito de uma resposta europeia."

Público, de hoje.