sexta-feira, outubro 31, 2008

Sócrates e o Magalhães (III)

O Primeiro-Ministro José Sócrates está a aproveitar a Cimeira Ibero-Americana para tentar "vender" o computador Magalhães. A jogada agrada-me parcialmente, porque mostra que não estamos a dormir no mercado e de certa forma Portugal tenta vender a imagem de país tecnológico. O problema com isto tudo é quando fazemos figura de parvos junto da comunidade internacional. Muitos sul-americanos podem ser campónios, mas não são totalmente tolos. José Sócrates está a investir na táctica "vamos lá ver se a história se repete e os índios voltam a trocar ouro por pechisbeque" ao vender um computador que muitos países em vias de desenvolvimento já têm e são exactamente iguais em tudo: tecnologia, formato, design exterior e cores. Ainda por cima estamos a tentar vender um computador de primeira geração, pois já existe a segunda e cá pelos vistos vai demorar a chegar. Ora, se se quer impingir algo a alguém, o mínimo que temos a fazer é pelo menos disfarçar o bem a impingir para que consiga passar despercebido. O que Sócrates está a fazer com toda aquela propaganda ao Magalhães, não é vender tecnologia portuguesa, porque a tecnologia é da Intel e as peças produzidas numa qualquer fábrica asiática que possivelmente recorre a mão-de-obra infantil. O que Sócrates está a fazer é propaganda à Intel e a divulgar os seus produtos, pois toda a gente sabe que o Magalhães é o classmate pc baptizado. É este o único factor que pode fazer a diferença: a Intel e os Estados sul-americanos e africanos preferirem comprar um computador com nome, que é um produto concreto, em vez de comprarem um produto que é visto como sendo subsidiário por não ter uma marca ou uma referência, algo que lhe atribua prestígio.
A única fase do processo produtivo do Magalhães em que Portugal participa é na última fase da linha de montagem. Toda a gente sabe disso. Mas em vez de tentarmos realmente divulgar algo nosso, e olhem que Portugal até tem bons engenheiros informáticos e muito bons criadores de software, prefere deixá-los fugir para o estrangeiro e darem rios de dinheiro a empresas como a Intel e a Microsoft, ao mesmo tempo que por cá compramos tecnologia e produtos estrangeiros e recorremos a uma qualquer fábrica no norte do país para montar as peças dos outros como se fossem legos, para depois lhe chamarmos "tecnologia portuguesa". Não obstante tudo isto, gostava que Portugal conseguisse vender o produto a terceiros. Ganha a JP Sá Couto, que é a empresa portuguesa que "despacha" o Magalhães, ganha a marca "Portugal", ganha a economia portuguesa, e consequentemente ganhamos todos nós portugueses, mais não seja através da criação de postos de trabalho.

Eleições norte-americanas: é possível ter dois pássaros na mão e vê-los a voar

Na próxima terça-feira é eleito o próximo Presidente dos EUA. Muito se fala nas sondagens que dão 7% e 10% de vantagem a Barack Obama, mas essas sondagens valem zero. Quem as anuncia e apregoa esquece-se que no sistema eleitoral norte-americano o Presidente não é nomeado pelo povo, mas sim pelo Congresso composto por grandes eleitores. Na verdade, o importante nas eleições norte-americanas é conquistar os estados estratégicos que dão mais eleitores estaduais, dado que praticamente todos funcionam num género "winner takes all", ou seja, quem conquista um determinado estado, elege todos os grandes eleitores que esse estado representa. O povo elege os grandes eleitores e os grandes eleitores elegem o Presidente, daí que seja importante ganhar um Estado e não o maior número de votos por todo o país. Foi assim que Al Gore perdeu para George W. Bush em 2000: apesar de Al Gore ter tido, de longe, maior número de votos, foi Bush que acabou nomeado pelo Congresso por ter maior número de grandes eleitores, fruto da conquista de estados que lhe atribuíam maior número de representantes estaduais.
Anda por aí muita gente que se ilude com os mágicos 7% de vantagem de Barack Obama sobre John McCain e esquece-se que é este último quem, na prática, parece levar vantagem sobre o primeiro. Daí que as sondagens que se façam sirvam apenas para tentar influenciar os eleitores norte-americanos a votar num determinado concorrente: Barack Obama. Para que seja anunciada uma sondagem séria, esta deverá ser feita por estados federados e não por Estado Federal. Claro que tudo isto deve ser ignorado caso Barack Obama consiga materializar em votos a parceria que alegadamente parece ter com a empresa responsável pela fraude que foi a contagem de votos das eleições de 2000.

quarta-feira, outubro 29, 2008

Maradona seleccionador da Argentina

Bilardo (treinador) e Maradona (jogador): a dupla de 86 está de volta

Diego Armando Maradona, aquele que na minha opinião é o melhor jogador de todos os tempos, foi nomeado seleccionador de futebol da Argentina. É o meu ídolo de sempre. Maradona percebe de futebol como ninguém, e de futebol argentino mais ainda. Com Maradona não há merdas: titularidades garantidas são zero e as vedetas correm o risco de ser excluídas. Maradona não é treinador de carreira e não deve nada a ninguém. Deve ser dos poucos no mundo que abraça o projecto de seleccionador nacional sem a obrigatoriedade de atingir resultados para se manter no cargo. Diego Maradona quer atingir resultados pela sua devoção à Argentina e porque se revolta com cada derrota do seu país. Maradona é o homem certo no cargo. Se a treinar fizer 1/3 do que fazia quando jogava, então temos também o treinador certo para a selecção alvi-celeste.

segunda-feira, outubro 27, 2008

A IGF não se portou mal, ao contrário do que querem fazer parecer

"A Inspecção-Geral de Finanças (IGF) analisou milhares de mensagens de email de centenas de funcionários dos impostos e, após obter uma autorização judicial, leu o conteúdo de muitas dessas mensagens, designadamente as enviadas para órgãos de comunicação social com o objectivo de identificar fugas de informação."

Fonte: Público

Sinceramente, não vejo qualquer problema no facto da IGF analisar as mensagens de e-mail dos seus funcionários. O e-mail e os restantes instrumentos de trabalho (computadores, etc) que são fornecidos pela Administração Pública são destinados a fins profissionais e não, ao contrário do que já vi por aí, para ver e-mails privados e outro tipo de conteúdos que em nada têm a ver com a função que exercem. Acresce a isto que, segundo consta, já haviam sido idenfiticadas fugas de informação com destinatários de todo o tipo (comunicação social, privados, etc), menos aqueles que devem ter acesso à informação como superiores hierárquicos, entre outros. Aliás, até prefiro que seja a IGF a ter acesso aos e-mails que envio e recebo durante as minhas funções, do que um hacker que se queira aproveitar do respectivo conteúdo. Quem não deve, não teme. Sempre que se fala em ver conteúdos privados, está tudo desgraçado e é um "Ai, Jesus!", cegando tanta gente ao ponto de perderem a racionalidade. O Estado não anda propriamente a contratar pessoas para se divertirem dias inteiros a ler e-mails entre namorados, nem tão-pouco existe para violar gratuitamente os direitos dos cidadãos, tal como as Inspecções-Gerais não existem para entalar ninguém, antes para assegurar que as funções estão a ser devidamente cumpridas.
Por fim, devo dizer que os interesses da colectividade e da comunidade que os funcionários dos impostos representam estão acima de interesses particulares como a protecção da privacidade de cada um, sobretudo quando se utilizam instrumentos públicos, pagos pelos contribuintes, para esse fim. Sou a favor da tese que coloca a segurança acima de interesses menores, ainda que constitucionalmente reconhecidos, como a intimidade de cada um. Quando a segurança, bem como as restantes funções do Estado, corre o risco de ser violada por interesses particulares, não tenhamos dúvidas que esta última deve ceder até que o Estado possa garantir a segurança, privacidade e os interesses da sua sociedade.

sábado, outubro 25, 2008

"Mira, Magallanes, tu tio Chávez"

O computador Magalhães é como aqueles bebés portugueses que nascem em Badajoz por não existirem maternidades por perto: foram feitos por portugueses, durante umas férias no México e ainda que nasçam em Espanha, são sempre filhos de pais portugueses, ainda que seja o padrinho espanhol a por-lhes o nome Pablo ou Manolo. O Magalhães vai ser sempre um computador de quinta linha da Intel, filho de pais indianos. Algumas peças são produzidas na Ásia, na América Latina e em África mas por mais português que seja o nome colocado pelo seu padrinho, lá porque a parteira é portuguesa não quer dizer que ele deixe de ser um produto "made in elsewhere".

quarta-feira, outubro 22, 2008

Aqui está a bancarrota... o caos... o horror da banca portuguesa!

"O Finibanco anunciou hoje que poderá aumentar o capital social em 50 milhões de euros. O conselho de administração do banco emitiu hoje um comunicado a anunciar que irá propor, em assembleia geral de accionistas, o aumento de capital dos actuais 115 milhões para 165 milhões de euros, através de entradas em dinheiro."

Fonte: Público

Já só faltam 19.950 milhões de euros! Aproveitem enquanto há! Aliás, insisto na ideia de que o Governo deve apressar-se a criar um fundo de cerca de 10 mil milhões de euros para as gasolineiras que também estão em crise e peço ao Presidente que desta vez promulgue o diploma em 10 minutos não vá serem apanhadas de surpresa e já não irem a tempo de se salvar.

Dívida ou extinção da obrigação?

"Pelo menos 23 mil famílias portuguesas com empréstimos à compra de casa deixaram de ter as contas em dia com a banca."

Fonte: DN

Isto tem duas justificações: a primeira é que parte dos não pagadores acham-se no direito de reclamar o instituto jurídico da "confusão" (não, não é o estado em que a nossa economia se encontra, mas uma forma de extinção das obrigações quando alguém é credor da mesma obrigação de que é devedor), dado que se parte do fundo de 20 mil milhões de euros prestado à banca é composto pelo dinheiro dos seus impostos, então o Estado ao emprestar dinheiro à banca, empresta o dinheiro do devedor e a banca ao emprestar dinheiro ao contribuinte está a emprestar o seu próprio dinheiro, pelo que o crédito habitação se extingue por confusão.
A segunda justificação prende-se com o facto dos restantes não pagadores terem tido um palacete atribuído pela Câmara Municipal de Lisboa, com a renda de cinco euros mensais, não obstante os seus elevados rendimentos. Ah! Este segundo tipo de não devedores tem, alegadamente, entre outros, como apelido Baptista-Bastos.

Medo que o feitiço se concretize ou defesa dos direitos de imagem?

Segundo consta, uma editora lançou e distribuiu um "kit" que inclui um boneco de vudu feito à imagem de Nicolas Sarkozy, acompanhado de agulhas criadas para se poder trespassar a figura do Presidente francês. O boneco vai ainda acompanhado de uma biografia satírica, um manual de instruções e tem inscrito no boneco algumas frases célebres do Chefe de Estado francês, com o célebre "racaille" (escumalha) na zona púbica.
Ora, o PR francês já é anão e era escusado ridicularizar com "as partes" de Sarkozy. Se para combater o problema da altura, Sarkozy recorre, alegadamente, a sapatos com sola muito grossa, vulgo saltos de tacão, para combater um possível problema que envolva o tamanho dos seus genitais a probabilidade de sucesso é nula.
Diz-se que Nicolas Sarkozy não só proibiu a distribuição do boneco, como ameaça processar a revista. Fala-se em qualquer coisa como "defesa dos direitos de imagem", essa coisa que as figuras públicas tanto falam quando se apanham em situações embaraçosas, mas que quando precisam de protagonismo para conseguirem realizar os seus caprichos - sim, até mesmo os fins políticos são caprichos, não é pelo Estado, nem pelo povo - já se lembram que vale tudo para poder ter um "empurrãozinho". Eu prefiro acreditar que o PR francês não acredita em bruxas, mas que bem lá no fundo não quis pôr à prova o esoterismo, não fosse o diabo tecê-las.
Aqui em Portugal podiamos seguir um modelo semelhante, mas em vez de bonecos de vudu, essa coisa "très chic" só acessível às carteiras francesas, podiamos fazer uma coisa mais rústica mais condizente com a realidade portuguesa, como sacos cheios de cocaína e heroína (até os podiamos ir buscar à PJ ou mesmo esperar uma mula no aeroporto), com um autocolante da cara de figuras que os portugueses tanto gostariam de desfazer como José Sócrates, Manuela Ferreira Leite, Manuel Pinho, Maria de Lurdes Rodrigues, mas também Luís Filipe Vieira, Teresa Guilherme e o Malato. De seguida, ao contrário dos "avecs" que recorrem a agulhas, podiam vender o kit com algo correspondente à realidade portuguesa: AK-47's, G3's, RPG's, entre tantas outras. O objectivo é atirar em cheio na cara do personagem escolhido e desfazer o saco. Não resolve os problemas no mundo, mas ajuda a aliviar o stress de muitos portugueses.

terça-feira, outubro 21, 2008

E as nossas garantias?

"“Neste momento todas as famílias precisam da ajuda do Estado”, admite Sócrates"

Fonte: Público

E onde é que estão os nossos 20 mil milhões de euros?

segunda-feira, outubro 20, 2008

Vitória da abstenção

"O PS-Açores venceu, pela quarta vez consecutiva, as eleições regionais no arquipélago, repetindo a maioria absoluta ainda que com menos sete por cento dos votos do que em 2004."

Fonte: Público

A grande vencedora das eleições regionais dos Açores foi a abstenção que pela primeira vez conquista a sua maioria absoluta no arquipélago e expõe ainda mais a doença de que padece a democracia nacional.

domingo, outubro 19, 2008

Rodagem de jogadores ou irresponsabilidade aguda?

A rodagem de jogadores que vai ser feita hoje pelo Benfica, causa-me algum incómodo. Não percebo esta coisa da rodagem de jogadores. Ou sou eu quem não percebe ou então é o Quique Flores. Rodagem de jogadores, para mim, faz-se quando a equipa já tem um estilo de jogo definido e quando os melhores do plantel conseguem cumpri-lo, bem como quando as equipas têm muitos jogos na temporada. O Benfica, depois da miséria contra o Leixões, não só está longe de ter estilo definido como os jogadores ainda não conseguem jogar bem uns com os outros. Ainda estão a conhecer-se e já se vão rodar jogadores. Porquê dar oportunidades à segunda linha do plantel, quando ainda nem a primeira funciona como deve ser? Acresce a isto que a rodagem de jogadores é feita quando os jogadores têm muitos jogos por época. A Liga Portuguesa tem 30 jornadas, às quais acrescem uns 6 na Europa e mais 4 sensivelmente na Taça de Portugal e na melhor das hipóteses uns 8 na Taça da Liga, o que perfaz 48. Só a Liga Inglesa tem 38, fora o resto! Mas nós temos 30 joguinhos, alguns de treta, e já é o Deus-nos-acuda!
Acho que primeiro temos que dar experiência e rotina a uma equipa-base e só depois podemos rodar jogadores. Ou acham que é em Março, quando as coisas já se decidiram, que vamos por sempre os mesmos para ver se se encontram e esquecer que existem "os outros"? Nessa altura do campeonato já alguém está a celebrar o título e o Benfica não só ainda anda à procura de um modelo de jogo como já está a pensar na próxima temporada, pronto para repetir o mesmo erro dos outros anos.

Cansei de Ser Sexy: dar ou não dar uma segunda oportunidade?

Dia 28 de Outubro, as (mais o elemento masculino) Cansei de Ser Sexy sobem ao palco do Coliseu dos Recreios. Não me esqueço que em 10 de Julho lixaram-se por completo para os portugueses e decidiram cancelar o concerto do Optimus Alive na véspera por alegados compromissos promocionais. Aqui está mais um grupo de brasileiros que pensam "o portuga qui aguentji". Custa-me ver esta atitude numa banda que eu até gosto. Como "o portuga não é dji brincadêra não" acho que o concerto de dia 28 determinará o futuro desta banda em Portugal: ou se humilham, dizem "pedimos perdão porque fomos filhas da puta convosco e vocês não mereciam" e dão um concerto assombroso, ou então quero crêr que estas meninas vão morrer definitivamente para os portugueses.
As coisas estão tremidas para CSS, o descontentamento é geral e vê-se espalhado pela internet e é bom que venham com muita humildade na bagagem quando embarcarem para Portugal, ou então serei eu o primeiro a sair de cena e a enterrar esta banda sem ter quaisquer saudades, mas não sem antes as brindar com assobios. Acresce que sou a favor de haver entrada gratuita para quem tinha bilhete para o Optimus Alive daquele dia, sobretudo porque o concerto até é organizado novamente pela Optimus.

sexta-feira, outubro 17, 2008

Que é feito dos chouriços e dos electrodomésticos?

"O Instituto de Financiamento da Agricultura e Pescas (IFAP) adiantou, a três dias das eleições regionais, o pagamento de 75 por cento de ajudas aos agricultores açorianos"

Fonte: Público

O que é feito dos chouriços e dos electrodomésticos que se davam antigamente? Agora já se dão subsídios a tempo e horas... do preenchimento do boletim de voto.

Joe, "the plumber": o verdadeiro "american dream"

Era Joe, agora é Sam. Era canalizador, agora é um cidadão que faz biscates de canalização ilegalmente. Auferia mais de 250.000 dólares por ano, agora ganha pouco mais do que o necessário para sobreviver e até uma penhora o persegue. Muito se falou no "american dream" quando Joe, "the plumber", entrou em acção e agora acho mais que pertinente que se continue a falar neste tema. Afinal, o verdadeiro "american dream" é isto mesmo: uma série de ilusões e mentiras, com inúmeros telhados de vidro prontos a quebrar.

Manuela Ferreira Leite: a laranja ainda está verde

Que desilusão. Manuela Ferreira Leite devia sentir-se como peixe na água em matéria de Orçamento de Estado, mas preferiu cair no vazio de ideias que marca a oposição que se faz em Portugal. A classe política está a ter dificuldades em entender que para chegar "lá" precisa de se superar e dar mais qualquer coisa ao eleitorado que não discursos intermináveis onde se joga com as palavras e fazem trocadilhos gratuitos que divertem a comunicação social e o partido do poder, sem que dali se extraia rigorosamente nada de útil. É preciso avançar com soluções e alternativas. Não basta chumbar um Orçamento de Estado apenas "porque sim".
Manuela Ferreira Leite desperdiçou, infantilmente, mais uma soberana oportunidade para aproveitar os tiros nos pés que o Governo de Sócrates insiste em dar e demonstrou que a laranja ainda está muito verde e longe de dar uma gota de sumo que seja.

AC/DC: novo álbum à venda dia 20 de Outubro

Mais de oito anos depois do seu último álbum, os AC/DC lançam um novo já no próximo dia 20 de Outubro: chama-se "Black Ice" e está disponível para ouvir gratuitamente (faixas de dois minutos) através do site da SonyBMG. O mais impressionante é que mantêm a essência de há 35 anos atrás quando se formaram: o estilo do novo álbum faz recordar mais aquele que Bon Scott imprimiu enquanto vocalista da banda (rock), do que o de Brian Johnson (hard rock/heavy metal). Em princípio actuam em Portugal na Primavera de 2009.

Caminho livre para a fuga aos impostos

Longe vão os tempos em que se descriminalizavam condutas em função da evolução da sociedade, do desenvolvimento de que esta é alvo ao longo dos tempos, entre outros motivos pertinentes. Faz-me uma certa confusão que num Estado-Membro da União Europeia se descriminalizem actos que constituem ilícitos penais apenas porque os tribunais estão atulhados de processos e afigura-se pertinente o descongestionamento dos órgãos jurisdicionais. Depois da alteração das regras da prisão preventiva e da obrigação de imposição da prisão domiciliária com recurso à pulseira electrónica em detrimento do cumprimento de penas de prisão em cárcere, as duas medidas promovidas por uma questão de custos para o Estado e não os fins das penas, agora surge esta nova moda de descriminalizar por razões de "expediente". A condenação em crime de abuso de confiança fiscal ainda era das poucas sanções que tinha carácter punitivo, mostrando que o crime não compensa. Tão vergonhoso quanto insólito, sobretudo porque além do que já foi dito se estar a legitimar a fuga aos impostos, o que resultará numa diminuição das receitas do Estado e num enriquecimento ilegítimo do agente. Em Portugal, o crime só não compensa a quem não o pratica.

segunda-feira, outubro 13, 2008

As famílias portuguesas já são falidas por natureza, pelo que não é preciso impulsioná-las

"O primeiro-ministro, José Sócrates, disse hoje em Paris que a decisão do Governo de prestar garantias de 20 mil milhões de euros às operações de financiamento dos bancos que estão em Portugal é "absolutamente indispensável" para garantir a liquidez e estimular a actividade económica."
Fonte: Público

Questiono-me se são mesmo necessários dois euros que sejam para estimular a actividade económica dos bancos, quando todos eles atribuem salários e reformas ultra-milionárias aos seus corpos dirigentes. A banca precisa de dinheiro público para quê? Porque é que não se lida com a banca como se lida com as famílias e quando estas entram em bancarrota se lhes diz "devias ter feito uma gestão mais eficiente"? Já que estamos numa de estimular a "actividade económica" de ladrões, porque não destacar mais 10 ou 15 mil milhões de euros para as gasolineiras? E as famílias? Essas pelos vistos não têm actividade económica passível de ser impulsionada de tão miseráveis e exploradas que são.

domingo, outubro 12, 2008

Abuso de Poder?

"A candidata republicana à vice-presidência norte-americana, Sarah Palin, cometeu um abuso de poder no quadro das suas funções enquanto governadora do Alasca. Palin dispensou um funcionário estadual que se recusou a despedir da polícia o agente Michael Wooten, ex-cunhado de Palin que se divorciou de forma litigiosa da sua irmã."

Fonte: Público

Acho curioso que se faça um bicho de sete cabeças desta alegada situação de abuso de poder por parte de Sarah Palin. Acho curioso sobretudo porque tanto americanos, quanto portugueses, têm exemplos diários de abuso de poder nos seus próprios Estados, ou será que as contratações de "amigos", "cunhados" e "enteados" para a lugares de topo da administração pública e assessoria não constituem situações de abuso de poder? Ainda recentemente em Portugal tivemos, por exempo, o caso de uma engenheira florestal contratada para assessora do Gabinete de Planeamento do INEM. É preciso dar mais exemplos, tanto em Portugal como nos EUA? Alguém fala dessas situações? Será assim tão grave que Sarah Palin demita alguém por quebra da confiança? Não me parece.

sexta-feira, outubro 10, 2008

Prémio Nobel da quê?

"O Prémio Nobel da Paz foi hoje atribuído ao antigo Presidente finlandês Martti Ahtisaari "pelos seus importantes esforços, em vários continentes e durante mais de três décadas, para resolver conflitos internacionais", comunicou hoje o presidente do Comité Nobel, Ole Danbolt Mjoes, a partir de Oslo, na Noruega."

Fonte: Público

Depois dos "incontestáveis" Kissinger e Arafat, segue-se o ex-Presidente da Finlândia que orquestrou todo este imbróglio chamado Kosovo e consequente efeito dominó na Geórgia, na França, na Macedónia e na Espanha, entre outros. É graças a este verdadeiro "peacemaker" que hoje os grupos separatistas vivem os seus melhores dias e encontram legitimidade para colocarem em prática as suas ideologias. Acresce a isto que Martti Ahtisaari defende ideias como "grupos considerados terroristas tornam-se responsáveis no poder". O Nobel da Paz dá assim legitimidade a ETA, Al-Qaeda, FARC e companhia para que estes "grupos considerados terroristas" continuem a desenvolver as suas actividades. Digam-me, como é possível que alguém que colabora activamente para a fragmentação da Europa, promove a divisão entre os povos e compactue com terroristas possa ser premiado com o Nobel da Paz?

terça-feira, outubro 07, 2008

Reconhecimento do Kosovo: do ponto de vista ético, tudo bem

Segundo consta, Portugal reconhece hoje a independência do Kosovo. Concordo que assim seja e acho este um passo muito importante, sobretudo sabendo que a nossa forte vizinha Espanha enfrenta problemas muito semelhantes aos da Sérvia. Podemos não dar uma prova de companheirismo e solidariedade ao Rei e a Zapatero, mas depois de mais um domínio espanhol que se prolonga no século XXI, caso o desmembramento espanhol seja uma realidade, cá estaremos nós, com um pouco de astúcia e desenrascanço no qual sempre fomos verdadeiros profissionais, a aproveitar-nos dessa fragilidade do vizinho e a invertermos o jogo a nosso favor, passando a ser Portugal a principal fonte de sobrevivência da Galiza, da Andaluzia, da Extremadura e porque não também do País Basco e da Catalunha.

Nove anos sem Amália

Portugal perdeu a sua Voz há nove anos, mas ela continua a fazer-se ouvir.

domingo, outubro 05, 2008

Bando dos 4: Mini-Cimeira de um Cartel Supra Estadual

França, Alemanha, Itália e Reino Unido reuniram-se em Paris, naquela que foi chamada a "Mini-cimeira do G4". Desta reunião, estes quatro Estados acordaram pedir ao Banco Europeu de Investimento 31,5 mil milhões de euros para apoio às pequenas e médias empresas, bem como conceder apoio financeiro às instituições bancárias europeias que mostrarem dificuldades em suportar a crise mundial. O G4 está a querer fazer na Europa, o que os EUA fizeram com o Plano Marshall e estão a ter sucesso nisso, instrumentalizando a União Europeia. para o efeito Acho impressionante que os outros 23 EM e a UE, onde Durão Barroso não foge às suas responsabilidades, permitam que os quatro Estados mais ricos da Europa façam propostas e tomem decisões que possam influenciar todos os restantes, sem qualquer tipo de oposição.
Este G4, tal como o G7 e o G8, assemelha-se em tudo a um cartel: é proibido, existe sem que ninguém o combata e influencia e domina tudo à sua volta a seu belprazer. Acho preocupante que ninguém se atreva sequer a contestar a existência e legitimidade destes "Grupos", e duvido que já alguém tenha parado para pensar que o principal centro de decisões a nível mundial, ainda mais influente que a ONU, o G8, é aquele que não tem sequer um Tratado ou um acordo de intenções que regule o seu modo de funcionamento já para permitir que este se torne num centro de decisões discricionário com repercussões a nível mundial. Deste modo, jamais o grupo poderá ser acusado de não respeitar o "artigo x do Tratado", porque ele simplesmente não existe! Não é curioso que mesmo sem serem entidades oficiais, estes grupos sejam reconhecidos a nível mundial sem que ninguém conteste as decisões que deles emanam, antes lhes reconheçam legitimidade e autoridade?

sábado, outubro 04, 2008

Sympathy for the Devil

Mário Machado foi condenado a 4 anos e 10 meses de prisão. Independentemente de comentar a possível justiça da pena ou ausência dela, numa coisa o condenado tem razão: onde estão os processos crime contra africanos e ciganos que trocaram tiros entre si na Quinta da Fonte, tendo como factor motivante questões raciais? Acresce a isto que as condenações por posse de arma ilegal são desequilibradas quando comparadas com a restante realidade nacional: qualquer cidadão mais atento viu recentemente em Portugal o caso de um ucraniano conhecido como um dos maiores traficantes de armas da Europa e apanhado em flagrante delito, aguardar julgamento em liberdade e ser tratado como se tivesse um simples revólver do qual se "esqueceu" de fazer o respectivo registo. Como este, muitos outros casos há em Portugal que mesmo quando está em causa uma quantidade considerável de armas envolvidas, ou agressões qualificadas, o resultado é sempre o mesmo: pena suspensa ou pena de multa. Independentemente da pena ser justa ou não, noutra coisa o condenado tem razão: estão a instrumentalizar os elementos da extrema-direita para servir de exemplo para o País. Porém, seria bom que além do exemplo dado com estes indivíduos, muitos outros que por aí andam em casos de corrupção, branqueamento de capitais, fraude, homicídio, roubo agravado, etc, também o sejam. Se este país precisa de exemplos, então que o sejam todos, já que todos devem ser iguais perante a lei.

sexta-feira, outubro 03, 2008

Sport Lisboa e Reyes

"José Antonio Reyes continua a amortizar os 2,65 milhões de euros que o Benfica pagou por 25 por cento do seu passe. O jogador espanhol repetiu ontem o papel decisivo do derby frente ao Sporting e abriu caminho para o triunfo sobre o Nápoles (2-0), na segunda mão da primeira eliminatória da Taça UEFA."

Fonte: Público

Depois da vitória sobre o Nápoles, o Benfica corre o sério risco de ser cada vez mais Sport Lisboa e Reyes. Acompanho a sua carreira desde que se transferiu para o Arsenal e não me lembro de ver este jogador defender, correr, fazer carrinhos, passes de morte e ter tanta entrega em campo como agora. José Antonio Reyes é um jogador de qualidade assombrosa! Reyes e Yebda. Quem vê o francês em campo fica impressionado: está em todo o lado, é bastante combativo e tem um poderio físico fora do normal. Ainda se lança no ataque com bastante confiança e dá a marcar aos colegas. A continuar assim vai ser extremamente difícil segurá-lo no clube. O curioso nisto tudo é que os outros nove começam a acompanhar a classe de Reyes e Yebda e os resultados estão à vista: exibições de encher o olho e os resultados a aparecerem. Vai ser difícil parar este Benfica... allez oh!