quarta-feira, julho 09, 2008

Ainda sobre futebol...

Já há algum tempo que andava a perder a motivação com o futebol português e não era pelo facto de o Benfica não ser campeão há três anos. Tempos houve em que o Benfica não foi campeão e eu continuava a adorar acompanhar o desporto-rei em Portugal com muita intensidade. O futebol português é uma fantochada há muito tempo. Detesto lutas desiguais. A ter que perder, que seja porque o clube adversário foi melhor que o meu. Cada um tem que lutar com as armas que tem, mas dentro dos limites mínimos. Um jogo de 14 (11, mais a equipa de arbitragem) contra 11, é desigual. Um jogo de 20 (11, mais a equipa de arbitragem, mais o "pessoal" da Secretaria) contra 11, mais desigual se torna.
Aos poucos fui perdendo a motivação e o "desmame" final está agendado para as próximas semanas: se nada acontecer a Porto e Boavista, mudo de ares. Largo o campeonato português, de vez, deixo o meu Benfica sofrer sozinho na mão dos batoteiros do Norte e passo a acompanhar, em definitivo, campeonatos pelos quais já nutria interesse, mas que poderei acompanhar ainda mais atentamente: o italiano e inglês. Podem vir dizer-me: "vem este tipo falar de Itália, e aquilo é só corrupção". Pois é. De facto, há muita corrupção por Itália. O problema é que sempre que é descoberta, o agente prevaricador é punido e não há como fugir à aplicação da lei. Em Itália, os grandes caem! O Milan desceu à Serie B em 1980, e a Juventus em 2006. Pode haver batotice em Itália, mas por aqueles lados o crime não compensa. Em Portugal, como país pequenino, latino e de mau carácter que somos, vale tudo. E o engraçado é que tudo é permitido.
Mas há males que vêm por bem. Em vez de seguir o futebol de maneira tão intensa, toda esta batotice associada ao jogo acabou por me fazer perder a "pica" e ver futebol por mera recreação. Enervar-me? Roer unhas? Para quê? De vez em quando lá me deleito com algum malabarismo de um artista qualquer, ou com algum golo fantástico que tenho a sorte de ver. Ganhar, perder... já me é indiferente. O futebol português morreu há muito tempo, cheira mal, e o pior é que ninguém se lembrou de o enterrar...

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