sexta-feira, outubro 19, 2007

O fim da RTP tal como a conhecemos

Segundo as últimas notícias relativas ao preço da RTP, a mesma custa a cada português (e não contirbuinte) €434 anualmente. Paga-se este valor, que dá cerca de €36/mês, para que tenhamos o programas como o Preço Certo em Euros há 5 anos; telenovelas luso-brasileiras que custaram balúrdios na sua produção, para serem passadas às 23h de cada dia da semana; para se ter programas-cópia barata do "Quem quer ganha" da TVI; etc.
Não contente com isto, a RTP há uns anos resolveu comprar a NTV (uma espécie de canal de notícias do Norte do país) em que copiou na integra a Sic Notícias, só que geralmente a cópia é sempre de pior qualidade, senão vejamos: há actualizações informativas todas as horas; existe uma espécie de "Opinião Pública da Sci Notícias" à tarde; temos o Trio de Ataque, que mais não é que o semelhante do "Dia seguinte"; temos também a versão do "Esquerda/Direita", com o nome "Choque Ideológico"; Há também uma magazine cultural igual ao "Cartaz da Sic Notícias"; e podia continuar com mais exemplos.
Este Canal, que só se pode ter acesso via Cabo, tem também uma particularidade: a grande maioria dos seus jornalistas são oriundos do Norte do país. Ora, tudo o que toca a programas desportivos, reportagens acerca da Região Norte, trazem sempre uma dose (forte) de "defesa da camisola do Norte", o que não torna muito isenta o que para ali se diz. Enfim...
Mas começamos por falar da RTP e dos seus custos. Todo o português é obrigado a pagar, seja por via directa "taxa de audiovisual junto com a factura da electricidade", ou através das transferências do Orçamento de Estado para sustentar o denominado (mas nunca concretizado) Serviço Público de Televisão.
Pois bem, vejamos o que é o Serviço Público de Televisão pelo menos desde há uns 10 anos para cá: Programas de entertenimento como o já citado Preço Certo em Euros e a Sabes mais que um miúdo de 10 anos; Telenovelas brasileiras por volta das 14h; Operação Triunfo, que mais não é que um reality show; um Telejornal super tendencioso para a propaganda do Governo (seja ele quel for); 2 vezes por mês lá aparecem queles programas em que dão música popular a tarde toda numa qualquer região do país ou estrangeiro; Factor M, com Merche Romero, sobre fofoquices, moda, etc; e por aí adiante.
O que é que se aproveita da programação da RTP1? Aguns debates do Prós e Contras )quando Fátima de Campos Ferreira se lembra de sugerir bons temas e se lembra também que deve ser isenta e imparcial, o que não tem acontecido algumas vezes), séries de culto (Prision Break, etc), o Bom Dia Portugal, e pouco mais.
Quanto à RTP2, ao ,longo dos anos tornou-se um canal destinado para uma pequena camada de espectadores, mas que no entanto tem sem dúvida bons programas. Resta saber quento custa em concreto, mas nunca será tanto como a RTP1.
E temos ainda a RTP Memória, em que se metem cassetes de programas de há 30 ou 40 anos, sem grande critério, para "encher chouriços".
Tendo em conta este panorama e em relação ao custo-benefício que os portugueses retiram deste seu "investimento", só posso chegar chegar a algumas conclusões pouco animadoras:
- Não faz sentido haver 2 canais do Estado em canal aberto, tendo em conta a má qualidade de muitos dos seus programas e do custo que os mesmo têm;
- Ao nível do Cabo, o falhanço da RTP é completo: um dos canais é uma cópia da Sic Notícias e outro é a Sic Gold de há uns tempos;
- Ouvi há pouco tempo que a RTP custa o mesmo que 2 novos aeroportos de Lisboa, já que o novo Aeroporto vai custar 3000 milhões de Euros, operando por cerca de 40 anos e durante os mesmos 40 anos o Estado vai pagar à RTP 6000 milhões de euros, já que anualmente a RTP recebe 150 milhões de euros por via da chamada "indemnização por serviço público".
O país não pode de facto viver acima das suas capacidades. O país está sobrecarregado de impostos.
O país não pode continuar uma RTP assim. Ou se reformula, baixando de forma drástica o preço da RTP ou então privatize-se.
Até porque o Estado deve ser regulador, e não actor.

5 comentários:

ATG disse...

E os Católicos que me desculpem mas o Estado é laico. Como tal tal, é incompreensível a emissão de missas e dedicação de manhãs e tardes inteiros a Fátima, aos pastorinhos, a Jesus Cristo, etc, sem que se dê 1% da mesma atenção a outras confissões e religiões.

É uma vergonha! É para isto que os muçulmanos pagarão o imposto de televisão? É para isto que os jeovás, evangélicos, adventistas, budistas, mormons, etc, pagam a taxa de televisão? A televisão pública quer-se imparcial e respeitadora dos princípios constitucionais.

Além da religião, a televisão pública quer-se educativa e não deseducativa. Realmente, a opinião aqui manifestada pelo poeta irreverente sobre os programas da RTP, é precisamente o meu. Subscrevo integralmente.

Quanto à RTPN, tal como o poetairreverente, chego a ficar também eu com dúvidas sobre se o nome do canal é RTP Notícias, ou RTP Norte, tal é a qualidade do canal. A ser uma verdadeira RTP Norte, exige-se uma RTP Sul!

Pedro Sá disse...

Er...há uns 16 anos que a taxa de televisão foi abolida...

Quanto ao conteúdo do post, apenas tenho a dizer que este é o discurso típico de quem queria que a RTP1 não fosse um canal generalista mas um canal que passasse uma programação de acordo com as suas próprias preferências.

Pinokio disse...

ò pedro sá, não pagas taxa de tv mas pagas a contribuição do audio-visual na factura da EDP todos os meses, mesmo aqueles que não possuem tv ou radio,como é o caso dos camponeses que metem luz na casa do campo para poderem ligar a cena da rega.

Sinceramente raramente vejo a rtp, e só mesmo os prós e contras. Por mim podiam fechar, poupava-se muito dinheiro ao país.O gato fedorento pode ser muito bom mas pagar 25 mil euros por episodio a cada um deles acho um abuso.

Ale podes sempre queixar-te para o provedor da rtp sobre as missas. Se o fizeres depois diz-nos a resposta até porque estou curioso.

DSF disse...

Gostava que me dissessem onde é que no post está referido a taxa de televisão, porque eu não vi.

Quanto à taxa de audiovisual, aconselho a quem não paga contas em casa a dar uma olhada na factura da electricidade, para se perceber do que se está a falar.

Anónimo disse...

Merche Romero, española guapa