segunda-feira, agosto 06, 2007

Ditaduras: um mal necessário?

Sky may not be the limit...

Existem países civilizados, desenvolvidos, cujos cidadãos não precisam ser comandados a pulso. Os próprios sabem o que significa viver em sociedade, sabem que são sujeitos de direitos e deveres e comportam-se em conformidade com isso. Chamo a esses países, países desenvolvidos. Mais do que qualquer riqueza económica, existe um nível de desenvolvimento moral dentro da respectiva sociedade, que os permitirá funcionar como tal. Em grande parte dos casos, esse desenvolvimento moral vai corresponder a um desenvolvimento económico.
Os países da América Latina, estão longe de se enquadrar neste conceito de desenvolvimento. Sem excepção. Nestes países as coisas só funcionam com disciplina forte e árdua, com pulso de um comandante, enfim, com uma ditadura. Só assim as coisas podem avançar. Já censurei Chávez e Castro, mas vendo bem as coisas, é a única forma de certas pessoas corresponderem às expectativas mínimas de uma vivência em sociedade. Não podemos ver as ditaduras sul e centro americanas, com população europeia. É uma visão errada. Temos que conhecer os latino-americanos e saber até onde se deverá ir.
Do meu ponto de vista, o limite são os direitos fundamentais mínimos para a sobrevivência de um ser humano. Algo estará mal nestas ditaduras quando os governantes vivem como reis, e existem súbditos que nem um pão têm para comer. É o caso do Zimbábue. Mas disso já falarei.
Voltando aos latino-americanos, quem já tenha convivido com esta comunidade, ou assista à vida dos mesmos no seu dia-a-dia, sabe que se lhes derem a hipótese de "fazer" ou "não fazer", será quase unânime a escolha do "não fazer", ou do "fazer o que me apetece, quando me apetece". Raras excepções sabem comportar-se condignamente. Sendo assim, faz falta alguém que aperte com o povo, alguém que discipline, alguém que os pressione, pois estas pessoas só agem quando pressionadas ou encostadas à parede. Em suma, quando são obrigadas a fazer. Tais povos, funcionam como as crianças: resmungam, alegam que lhes estão a tirar todo o tipo de direitos, todas as ordens e instruções que lhes dão são vistas como abusos e como injustiças, e recusam-se a cumprir deveres. Para eles, muitos deveres já eles cumprem. Não querem dar ouvidos a quem está no comando, a quem segura as rédeas. Comparei esta gente às crianças, porque as crianças comportam-se de igual modo com os pais, alegando que estes são injustos e nunca têm razão. Quando são grandes, têm o resultado da disciplina exercida por quem realmente sabia o que fazia.
Ninguém gosta de ser comandado. Quem não adora uma bela anarquia, quando ela funciona a nosso favor? Já Álvaro de Campos falava no quão bom era não ter deveres para cumprir e com razão. Admito que seja assim. Eu próprio não gosto de os ter, mas tem que ser! Eles existem, e se existir alguém que me diga o que tenho que corrigir para melhorar a minha vivência em sociedade, que assim seja. Naturalmente que tudo isto cai por terra, quando a chuva só cai para alguns e não para todos.
Por tudo isto, sou favorável às ditaduras nos países latino-americanos, fazendo falta mais algumas em alguns outros países, cujos líderes são demasiado passivos. Desculpem a frontalidade, mas sem a disciplina rígida de um ditador, este povo não vai lá. Chávez pode ser um ditador, mas só assim a Venezuela pode tomar o rumo certo. O mesmo se poderá dizer da Bolívia de Evo Morales que caminhará para o mesmo regime de Chávez. Só com mão de ferro se chega lá e Chávez aponta-nos o caminho, o caminho sobre como fazer e fazer bem! Chávez tem ainda outra virtude: não faz favores a ninguém. O que tem que ser, tem que ser, e assume as suas opções e convicções perante quem quer que seja. É isto que faz um líder. As restantes virtudes vêem-se pelos seus actos. Se tiver que tirar liberdades fundamentais porque muitos abusam das mesmas, fazendo com que sejam "libertinagens fundamentais", assim seja! Importante é o povo não morrer de fome e não existir uma diferença abissal entre classe alta e classe baixa, deixando a curta classe média bastante isolada entre os extremos, como existe em alguns países.
Falem o que falarem de Hugo Chávez, apoio as suas medidas. São necessárias e os venezuelanos deviam abrir os olhos e ver que só têm a ganhar com elas.
Sobre as ditaduras em estados africanos, tal não funciona: os seus populares não têm consciência do que é uma ditadura ou uma democracia. O comportamento é sempre o mesmo. E as ditaduras só não funcionam porque se forem locais a chegarem ao poder, vão enriquecer e deixar milhões na miséria. Com a democracia o esquema mantém-se semelhante, com a atenuante de haver uma ligeira diminuição da violação de direitos, liberdades e garantias. África vive dos interesses. Todos tentam usar e abusar do seu Estado em seu próprio benefício, não se importando com quem está à sua volta. Os interesses são sobretudo económicos. Os estados do continente africano funcionam como galinhas dos ovos de ouro, onde quem chega ao poder tem acesso à mesma e poderá enriquecer, ter milhões de populares à sua mercê e explorar as vantagens que cada Estado lhe pode dar.
A solução para os estados africanos passa pela administração dos mesmos por parte de países europeus, começando tudo das bases, iniciando a partir daí uma nova era, não sendo necessário com este povo a mesma disciplina que tem que ser usada com os latino-americanos, dado que aos cidadãos africanos basta verem uma luz de esperança no seu futuro e no do seu Estado, para cumprirem os deveres a que ficam vinculados e aos benefícios que possam adquirir com os mesmos. Basta uma luz ao fundo do túnel e os africanos empenham-se. São o povo ideal para se trabalhar.
Sobre os estados asiáticos, vou dar o exemplo do Iraque. O principal pecado de Saddam Hussein foi conferir vantagens ilimitadas aos sunitas, e de massacres a xiitas. Saddam não fez do Iraque um Estado para os iraquianos, mas sim um Estado para os sunitas. E a partir do momento em que existem actos que atentam contra a vida, ou integridade física, de alguém, qualquer regime, seja ele qual for, perde a sua legitimidade e deve ser eliminado. Tirando os direitos humanos que eram constantemente violados, o Iraque funcionava em pleno e havia segurança. Veja-se como está hoje e compare-se.
A ditadura pode ser um "mal" necessário, se é que lhe queiram chamar mal, quando está em causa um povo que busca a anarquia, fazendo da libertinagem, e do desprezo pelos que o rodeiam, uma camisola que vestem com muito orgulho, acabando por prejudicar o desenvolvimento social e económico do grupo.

9 comentários:

Pedro Sá disse...

Este blog é amplamente conhecido por vários posts inenarráveis, mas este consegue ser o pior deles todos.

E não vale a pena tentarem desafiar-me para contrariar o que aqui está escrito, pois é demasiado mau para ser verdade e para me dar ao trabalho de o fazer.

ATG disse...

Sá,

já devias saber que a estratégia do "bota-abaixo" não funciona.

Pinokio disse...

Epa, LOL, este post foi completamente esclarecedor da tua maneira de pensar. Aconselho-te a não te meteres na política pois estes textos ainda se vão virar contra ti. Vai ler, ver umas reportagens,etc. Aquela porcaria é tão boa que os empresários portugueses são constantemente expulsos do país e perdem anos de trabalho apenas porque buscam lucro. Já os médicos cubanos que estão na Venezuela porque lá também faltam médicos estão presos a trabalhar 14 horas por dia. Recebem uma miséria e não podem sair do local de trabalho que serve ao mesmo tempo de sua casa.Defende também a ditadura de Fidel, mesmo tendo um povo com, supostamente, bastantes habilitações literárias. Um bom ditador diz sempre que o povo não sabe realmente o que deseja. DJ fica-te apenas pelo jogo Tropico e pára com estes posts anedóticos. Se um dia chegasses a algum cargo importante em Portugal já estou a ver como irias agir. O povo português é ignorante, isto e aquilo, como tal mão de ferro.Mais vale pores logo ali em cima o simbolo nazi, já que a grande parte dos teus posts são racistas, a defender antigos e actuais ditadores (e assassinos), etc. Dizes não defender o PNR, de certeza que é apenas porque é um partido pequeno e fica-te mal senão até serias militante...

Filipe de Arede Nunes disse...

Oh Alex...! Desta vez tenho de fazer minhas as palavras do Pedro Sá! Entre defesa do neo-colonialismo e dos regimes ditatoriais, tu dizes aqui tanta coisa macabra que nem vale a pena comentar o conteúdo.
Acho no entanto, que tens de aprofundar os teus conhecimentos da realidade e dos conceitos que usas. É demasiado mau o que aqui escreveste. Aconselho-te a ponderar seriamente.
Abraço.

ATG disse...

Ok,

eu faço isso. Mas prometam-me que vocês vão informar-se sobre a realidade latino-americana. No fim apresentamos todos conclusões.

Abraço

ATG disse...

Pinokio,

a propósito do teu conselho, tenho a dizer que não tenho como objectivo futuro a intervenção política. Estou bem assim como estou e não pretendo envolver-me num meio onde quem "verga", ganha algumas migalhas, ou onde se está rodeado de incompetentes.

Ainda que quisesse intervir politicamente, não esconderia os meus textos, pois a transparência começa aqui: os eleitores saberem a verdade sobre quem votam. Não tenho nada a esconder sobre a minha vida, felizmente.

Devo referir ainda, que este é um espaço de discussão, onde são lançados temas para que todos possam apresentar a sua opinião sobre eles, não sendo os mesmos uma verdade adquirida, ou sequer representando na íntegra a opinião dos seus autores a propósito dos assuntos abordados. Este é, sobretudo, um espaço de discussão.

Devo dizer que não devias entrar no velho caminho de chamar de fascismo ou nazismo a tudo o que não se enquadra no centro esquerda/direita. Esse é o caminho do português médio, inculto, mal informado: apelidar de fascista ou nazi, tudo o que acha que tem que chamar, só porque é contra o que ele pensa. Informa-te sobre o PNR, sobre as políticas deles, e a opinião deles para a América-Latina, África ou Ásia e depois compara com o que aqui escrevi e retracta-te mais uma vez, sff. Essa mania de recorrer à expressão "és do PNR" já começa a ganhar piada, dada a quantidade de vezes com que as pessoas recorrem a ela por tudo e por nada.

Pinokio disse...

Ora desculpa la, mas com estes comentários já tão tipicos teus e faceis de reconhecer (ainda nem tinha visto que era o autor e já tinha adivinhado), não me parece que desta vez tenha de me retractar. Que diferença há entre as tuas ideias e as ideias de um Hitler ou Salazar? Vamos ser sinceros, tu não és propriamente fan dos estrangeiros, já vários posts teus o deram a entender, por ti portugal era dos 100% sangue portugues. Queres que te fale das politicas do PNR, as públicas ou as reais?? É que por acaso tenho um conhecido ali no msn que até é militante desse partido e as coisas não são assim tão lindas e cor de rosa como eles querem fazer crer.Se alguém ainda tem duvidas sobre as ideias desse partido basta ver as ideias e ideologias dos seus membros.

btw, eu não disse que eras do pnr, mas sendo o partido que, segundo as tuas ideias aqui expostas, mais se adequa a ti, disse que só não deves ser militante daquele partido porque fica mal. Mas uma pessoa que estuda direito e depois tem umas ideias assim...nada a ver com direito...

Diz-me as diferenças de ideias que tu estás a demonstrar ter em vários posts e diz-me as diferenças entre Hitler, Salazar e amigos ditadores, e depois logo ficaremos mais esclarecidos.

QUanto ao conselho que deste de nos informar-mos sobre a realidade latino-americana, faz tu o mesmo. Como te disse há muitos direitos básicos retirados, a começar pela própria liberdade de expressão. Não me parece que sejam todos incivilizados, principalmente licensiados em jornalismo, etc.(estranhamente as tvs venezuelanas opositoras ao regime têm sido fechadas...), os próprios direitos humanos básicos como liberdade é retirada aos médicos cubanos. Para lá estarem a trabalhar são uteis, mas poderem passear é um sonho. Os cubanos também serão incivilizados?? Estranho é que a Argentina era um paraíso de segurança até há uns poucos anos (antes das crises) e também não me parece que necessitassem de ditadura. No caso português então parece que isto está cada x pior, recomendarias também uma ditadura para recompor isto?

ATG disse...

Uma grande parte dos meus oficiosos são imigrantes. Porventura estás a colocar em causa que não os defenda tão bem quanto os portugueses?

Peço que corrijas as tuas acusações, por favor, porque se há coisa que respeito acima de qualquer raça, credo, nação ou partido, é a dignidade e igualdade do ser humano.

Luís Rocha disse...

...desde que não sejam homossexuais...salvo lésbicas.