segunda-feira, julho 09, 2007

Conversas reais

Conversa real estabelecida entre mim e a linha do Millennium BCP esta tarde:
- Millennium BCP, muito boa tarde, em que posso ser útil?
- Gostaria de activar o Tele MB para a TMN, sff.
- Estou a falar com o Sr. X?
- Sim.
- Está a falar com Y. Como está?
- Bem obrigado. Como está?
- Bem obrigado. Quer activar o Tele MB, certo?
- Certo.
- Qual é a rede a que quer associar o serviço?
- TMN.
- Qual é o número em causa?
- 96 xxx xx xx.
- Quais são os quatro dígitos do seu telecódigo?
- Desculpe?
- Qual é o seu telecódigo?
- Mas porque quer saber isso?
- Tem que mos dizer para poder activar o serviço.
- Desculpe, mas quer saber o meu código? Acha mesmo que alguém no seu perfeito juízo vai dar um código que permite realizar operações bancárias, a uma pessoa que não se conhece de lado nenhum?
- O senhor não me conhece, mas pode confiar em mim.
- Eu? Desculpe lá, nós estudámos juntos, vamos para os copos, ou algo parecido? Eu nem sei se você é loira, se é morena, quanto mais se é de confiança.
- Mas o senhor não tem confiança no Millennium?
- Se quer que lhe responda com sinceridade, não.
- Então porque tem cá o dinheiro?
- Dá jeito para receber transferências, dado muita gente e muitas instituições terem conta no Millennium.
- Mas não confia no banco?
- Não.
- Mas em mim pode confiar. Você pode não me conhecer, mas sou de confiança.
- A senhora não vê televisão? Toda a gente aconselha a não dar os códigos a desconhecidos. E mesmo que ninguém dissesse isso, alguém com o mínimo de juízo e bom senso saberia que não se deve dar os códigos a desconhecidos. Por acaso quer que lhe diga os meus códigos dos meus cartões e os códigos de acesso a esta linha?
- Não! Não! Isso é muito diferente!
- Então posso ou não posso confiar em si?
- Pode confiar em mim. Sou funcionária do banco, sou de confiança.
- Minha senhora, em 385 chamadas que já fiz para esta linha, 380 acabaram com uma reclamação minha. Acha que posso confiar em si?
- Em mim pode, não posso responder pelos outros.
- Espero que já tenha entendido que não lhe vou dar o meu telecódigo.
- Não compreendo porque não confia em mim...
- Quero falar com o supervisor, sff.
- Mas porquê? Está a duvidar de mim?
- Minha senhora, não tenho que duvidar ou deixar de duvidar de si. Não dou um algarismo que seja a pessoas que não conheço de lado nenhum.
- Por favor, peço-lhe que não me ofenda. Pode confiar em mim e no banco.
- Passe-me ao supervisor, sff.
Chamada passada ao supervisor.
A mesma ladainha.
Chamada desligada por falta de paciência e de confiança no Millennium e nas suas pessoas, com a especialidade de, na chamada com o supervisor, este ter dito que nos conhecíamos porque tinha resolvido um problema meu há quatro meses atrás e que eu tinha motivos para confiar.

2 comentários:

Pinokio disse...

ò dj mas quando ligas para lá sabes que tens de dar o código se queres o serviço feito. Isso é o mesmo que quando ligas para as linhas da tvcabo te pedirem para confirmares os dados que lá estão introduzidos.Eu e todos os outros que lá trabalham também podemos fazer muita coisa com os teus dados pessoais todos.Já sabias ao que ias quando ligaste para o banco. Para a próxima vai mesmo ao banco em x de ligares.

ATG disse...

Não pinokio. Quando ligas para o banco dás dois algarismos dos sete que compõem o código e de forma alternada. Podes dispensar a possibilidade de dizer estes dois algarismos, premindo logo no início, com o atendedor automático, as teclas correspondentes aos quatro primeiros números do respectivo código.
É absurdo alguém ter que dar um código destes a quem quer que seja. Mesmo aos operadores do BCP. Corrijo. Sobretudo aos operadores do BCP.