quinta-feira, maio 24, 2007

Pagar para ter o que é meu?

Fui confrontado com as notícias de ontem que avançavam que, a partir de 2008, as operações efectuadas em ATM's poderiam estar sujeitas ao pagamento das respectivas taxas resultantes da entrada em vigor do sistema único de pagamentos na Europa. Pergunto: será isto justo? Tenho que pagar para usar o meu dinheiro? Alguns serviços só estão disponíveis a partir da rede MB e eu tenho que pagar por isso? Se quiser levantar o meu dinheiro tenho que pagar por isso? Gloriosos tempos aqueles em que os portugueses guardavam o dinheiro debaixo do colchão, ou debaixo do soalho da casa. Quando queriam, bastava levantá-lo sem custos. Hoje, além do perigo de clonagem dos cartões, ainda corremos o risco de pagar para ter o que é nosso. É absurdo! Em pleno século XXI, isto é triste e absurdo. De igual modo absurdo é o facto de os prestadores de serviços terem que pagar uma chamada por cada cliente que paga através de MB ou VISA. O Conselho de Ministros já aprovou a proposta de Decreto-Lei que obriga os prestadores de serviços a aceitarem os pagamentos por MB sejam eles de 100 euros, sejam de 1 cêntimo. Aguarda-se a entrada em vigor da legislação. Até hoje, o prestador de serviços pode recusar pagamentos efectuados por MB até determinado montante. Mas será justo continuar a pagar a dita chamada? Não me parece.
A nossa rede de ATM (Automated Teller Machine) é das mais avançadas do mundo. No entanto, acho curioso que um dos sistemas mais avançados do mundo, não consiga ter uma opção que faça com que, quando pedimos 20 euros, nos seja dada uma nota de 20, e não quatro de 5, ou duas de 10, e depois quando precisamos de 10 euros, a máquina diz que só há notas de 20. O problema era maior quando até há pouco tempo atrás dava para fazer levantamentos de 5 euros e a máquina não as tinha, porque gastava aquelas notas todas nos levantamentos de 10 e 20 euros. São os avanços da tecnologia, que permitem desenvolver tudo... menos aquilo que é básico e aparentemente simples.

1 comentário:

Pedro Sá disse...

A não ser que a legislação europeia imponha a cobrança dos serviços, está-se mesmo a ver que mais cedo ou mais tarde vai aparecer na Assembleia da República um projecto de lei para proibir a cobrança do sistema multibanco. E duvido que algum partido se arrisque a votar contra.