sábado, maio 19, 2007

Não consigo compreender...

... este Estado que é o nosso e que permite que um vereador sem pelouro tenha onze assessores, entre os quais está uma secretária que aufere 2.000 euros e um coordenador do gabinete com o rendimento de 1.730 euros a part-time. Não consigo compreender isto, juro! Como é que tem 9 assessores, dos quais alguns recebem, em regime de part-time, no mínimo 1.530 euros e os restantes entre 2.000 a 2.500 euros. O vereador em causa é José Sá Fernandes, o tal que se propõe a lutar contra o banditismo e contra o crime, o tal das providências cautelares por tudo e por nada, o tal que diz que se deve moralizar a contratação de assessores e que cinco a seis chegam, mesmo para um vereador que não tem pelouro, e pouco mais faz do que assistir a reuniões do executivo e boicotar projectos.
Sá Fernandes tenta, habilidosamente, empurrar as responsabilidades para Carmona Rodrigues e Fontão de Carvalho, ao indicar que lhes perguntou como eram as regras para contratação de assessores e, mediante as regras que lhe foram indicadas, ele viu-se obrigado a cumpri-las e eis que contrata nove assessores, uma secretária e um coordenador do gabinete. Se aceito esta realidade em Sá Fernandes, sou obrigado a aceitar a vergonha que é um vereador "com pasta" ter dezoito assessores, motoristas e secretárias. Ora, se um vereador com pouco ou quase nenhum trabalho tem direito a isto tudo e "se vê obrigado" a contratar esta gente toda, um que tem mais responsabilidades e competências não tem direito a ter o dobro? Pareceria justo que assim fosse, não fosse o facto de Sá Fernandes ter tanto trabalho e precisar de tantos assessores que é visto a passear pelas ruas de Lisboa e a assinar a candidatura de Helena Roseta como candidata à CML.
Não há dignidade, não há regras, não há respeito, não há Estado. Nem tão pouco há dinheiro, mas lá se arranjam formas de poder financiar estes luxos. Pela enésima vez repito: os portugueses têm os políticos que merecem! A mania dos luxos, leva os portugueses a perderem a cabeça e a caírem em créditos que mais não são que uma corda que lhes aperta o pescoço uma vida inteira. Tem que ter o telemóvel topo de gama, tem que ter o carro superior a 25.000 euros, tem que ter o T3 com vista para o mar e tem que ter dinheiro para estoirar em tabaco, café, gasolina, carregamento de telemóvel, tv cabo e futebol. Esquece-se é que só ganha 700 euros... e tem dois filhos para cuidar. Mas quanto a esses não há problema: pãozinho com manteiga ao almoço e ao jantar resolve o assunto e as roupas dos pais quando eram crianças, servem perfeitamente para vestir os filhos.
No Estado há dinheiro para tudo, e até chega a haver dinheiro para mais: as dívidas não responsabilizam quem irresponsável e dolosamente as contrai, e... o último que venha que feche a porta.
Digam lá se os portugueses não têm os políticos que merecem?

1 comentário:

Pedro Sá disse...

Este é o post mais fascista deles todos. Cada um é que sabe como gasta o seu dinheiro, não há pachorra para a beatice reaccionária de quererem impor aos outros como é que devem gastá-lo e como é que é bem ou mal gasto.