quarta-feira, maio 23, 2007

AAUL: em nome de Deus?

Fui contactado por algumas pessoas que me perguntaram porque não dediquei um post à vitória de uma Lista composta por alunos da FDL nas eleições à AAUL. Tenho a tecer algumas considerações a esse respeito, apesar de preferir nem fazer referência a isso.
Acho que não há nada a parabenizar, excepto o facto de alguns alunos com competência e profissionalismo terem sido eleitos, como é o caso do Paulo Pinheiro, do Manuel Carvalho e do Bruno Pereira. Quanto aos restantes, sobre alguns não me posso pronunciar por não ser a pessoa ideal para o fazer. Mas gostaria de ressalvar uma pessoa: o André Pardal. Parece que encontrou o seu Santo Graal. De facto, só conseguiu lá chegar porque a Lista que ele liderou era a única lista. Só assim o André Pardal pode ganhar umas eleições onde quer que seja. Mesmo assim, conseguiu um feito: a concorrer sozinho, o número de votos em branco e nulos quase era igual a metade dos votos que a sua Lista teve.
Não posso parabenizar uma lista liderada por um tipo que, desde que o conheço, não engana ninguém: quer o seu lugar na política e vale tudo para lá chegar. Os fins justificam os meios para ele. É capaz de tudo. Tanto bajulou e tantas botas lambeu que conseguiu fazer de um Gabinete de Política Educativa, um Departamento, só para conseguir ser "Vogal". É um nome bonito e que fica sempre bem num currículo. Ao fim de um ano de mandato, vejam o que aquele Departamento fez: ia a reuniões e fins-de-semana de copos, e teve que colocar no seu relatório de actividades algo que o Departamento Cultural, juntamente com o Gabinete de Relações Públicas, fez, porque não tinha nada para lá colocar. A única coisa de positivo que fez foi dar ao Gonçalo Pereira a possibilidade de ressuscitar a FNED, tarefa que este desempenhou de uma forma muito positiva.
Subiu à Vice-Presidência, por falta de opções e porque conseguiu continuar a lamber mais umas botas, e logo lhe subiu o sangue à cabeça e, misteriosamente, o Departamento de Política Educativa, que era fulcral (segundo o próprio) que fosse Departamento, passou a Gabinete, porque ele assim entendeu. Ou seja, só servia como Departamento da Direcção, quando lhe dava jeito ser dirigente associativo. Após o conseguir, deixou de servir.
Este ano, depois da fita que quis arranjar ao querer suicidar-se sozinho numa lista só para impedir a Lista A de ganhar, lá viu que estava num beco sem saída, rendeu-se e lá conseguiu um lugarzinho jeitoso e o apoio da AAFDL para estas eleições à AAUL. Ora, que interesse poderá ter um aluno de 5.º ano, a escassos dois meses de acabar o curso, de se candidatar às eleições a um órgão como a AAUL? André Pardal diz que está lá "pelo povo". Sejamos sinceros: alguém acredita nisto? Toda a gente sabe que o que o Pardal quer é visibilidade e ficar à frente daquele órgão, para mais tarde conseguir o seu pulinho para a política, algo no qual ele já tem encetado esforços. Não está lá para servir o povo, nunca esteve, nem nunca estará! Não está lá em nome de Deus, como se de uma missão do Senhor se tratasse. O único senhor que André Pardal pretende servir é o do próprio senhor André Pardal. "Pelo povo", ou "em nome dos alunos", seria saber que está prestes a terminar o curso e dar o lugar a alguém com mais disponibilidade, tempo e competência. É saber sacrificar os interesses pessoais, pelos interesses... do povo!
Como devem entender, não posso parabenizar pessoas que usam os órgãos para proveito próprio, com a desculpa de lá estar "pelo povo". Esta atitude, e quem acompanhou as subidas do André Pardal como eu acompanhei sabe do que fala, é tudo aquilo que se reprova em política, em sociedade, enfim... em tudo! Realmente, está bem lançado para a política: segue o caminho dos "jotas" que preferem galgar terreno para serem Assessores, Secretários de Estado ou Ministros, para proveito próprio e estatuto, do que fazer algo pelo povo. É para isso que essas coisas servem. O André Pardal está lançado. Pode continuar assim. Mas... quem nunca vai votar em tipos assim, sou eu. Repito: André Pardal personifica tudo aquilo que há de mau na política e não é uma pessoa capaz de levar os destinos do que quer que seja, para a frente. É capaz de ser um tipo porreiro para beber uns copos e dizer umas asneiradas, mas não passa disso.

9 comentários:

Fidel disse...

Dizem por aí, as boquinhas pequeninas, que há um puto que o vai fazer esquecer... Vamos a ver se há milagres! O Nosso Senhor Pardal falhou numa coisa: Não te convidou, DJ, para Presidente de Mesa. Foi um mau raciocínio, uma vez que assim comprava o teu silêncio. E agora? A AAUL não tem Conselho Pedagógico!!! Mas ó Pardal, lá que o tacho é bom, lá isso é...

ATG disse...

Fidel,

verdade seja dita: como o Pardal muitos mais há por aí, e a FDL não é excepção.

Fidel disse...

Quem são esse "pardais"?

DSF disse...

DJ disse.

"Ao fim de um ano de mandato, vejam o que aquele Departamento fez: ia a reuniões e fins-de-semana de copos, e teve que colocar no seu relatório de actividades algo que o Departamento Cultural, juntamente com o Gabinete de Relações Públicas, fez, porque não tinha nada para lá colocar. A única coisa de positivo que fez foi dar ao Gonçalo Pereira a possibilidade de ressuscitar a FNED, tarefa que este desempenhou de uma forma muito positiva."

e ainda

"Subiu à Vice-Presidência, por falta de opções e porque conseguiu continuar a lamber mais umas botas, e logo lhe subiu o sangue à cabeça e, misteriosamente, o Departamento de Política Educativa, que era fulcral (segundo o próprio) que fosse Departamento, passou a Gabinete, porque ele assim entendeu. Ou seja, só servia como Departamento da Direcção, quando lhe dava jeito ser dirigente associativo. Após o conseguir, deixou de servir."

Quanto à primeira afirmação, só alguém de nmá fé ou com desconhecimento de causa pode dizer tais inverdades.
Fiz parte do Departamento de Política Educativa na altura em que Anddré Pardal era o seu Vogal e desde já posso AFIRMAR com certeza, porque estive presente e fui parte activa, que o trabalho de André Pardal foi notável, senão vejamos:
- ressuscitou a FNED, importante instituição que estava "morta" ha uns 3 anos;
-foi um dos principais mentores da AAUL, que toda a gente hoje em dia aplaude;
-devolveu a AAFDL ao mundo do movimento associativo estudantil, coisa que já não acontecia há alguns anos;
-organizou 3 ou 4 conferências sobre o Estado do Ensino Superior em Portugal, Processo de Bolonha, etc;
-Foi voz activa na AAL, tendo contribuído para a eleição de Bruno Cabral a Vice-Presidente e André Rijo para a Mesa a AG;

O problema do colega DJ (e certamente de outros) é que o trabalho Dep. Política Educativa não é tão visível no interior da FDL como são os trabalhos do Dep. Cultural, Recreativo, etc. Logo, a lógica de quem pensa assim é:"não vemos nada palpável, logo o trabalho não presta". Um perfeito disparate. Tem falta de visão e de realismo quem não reconhece que ao por o nome da AAFDL novamente com relevância no movimento associativo estudantil é também extremamente importante para a AAFDL.


Quanto à 2ª afirmação, julgo que não foi o colega André Pardal que, unilateralmente, fez extinguir o Departamento de Política Educativa. Creio sim que essa decisão foi tomada em reunião de Directório da Lista R, órgão esse que fazia parte o colega DJ (entre outras figuras de triste memória para a Lista R e AAFDL).

Sem mais,

Diogo Saramago

ATG disse...

Diogo,

aqui não há ninguém de má fé. Acredito que o trabalho do André Pardal tenha sido notável. Realmente, aquilo que se fazia num Gabinete de Política Educativa era muito pouco ou nada. Só por ressuscitar a FNED já fez um trabalho notável. Pena que não tenha passado disso.
- Sobre ser um dos principais mentores da AAUL, isso não é bem assim. Essa história também não te foi contada de forma completa. Aproveitou-se de algo que havia sido falado e projectado por terceiros.
- "devolveu a AAFDL ao mundo do movimento associativo estudantil, coisa que já não acontecia há alguns anos" - frase demasiado vaga e que nada diz a propósito de algo que ele tenha feito. É o mesmo que se dizer "tomaram-se medidas". Ok! Que medidas?
- Sobre as conferências, referes-te às conferências que o Departamento organizou e que tinha 5 a 6 pessoas na assistência? Pessoas essas que eram os colaboradores da Política Educativa? Sim, óptimas conferências!
- A eleição do Cabral e do Rijo deram o quê à AAFDL? Ainda não consegui perceber. Agora vemos vantagens num órgão só porque "metemos lá dos nossos"? Que vantagens trouxe à AAFDL?! Desconhece-se...
- Quanto à extinção do Departamento de Política Educativa, lembro-me que foi muito discutido já por isso mesmo: quando o André Pardal lá estava, já era bom ser Departamento, mas quando se falou no Tiago Cabanas para liderar o Departamento, logo se começaram a ouvir as vozes do André Pardal e companhia "não quero o Cabanas vogal, e mesmo como Gabinete na liderança. Ao menos como Gabinete, todos mandam um pouco". Histórias que te foram mal contadas Diogo. Muito mal contadas. Pertencer ao Directório da Lista R, não faz de mim tirano ao ponto de serem as minhas opções que vingam. Pelo contrário! O Directório é composto por 15 pessoas. Vence-se por maioria, como bem sabes. Logo, por mais que levantasse os dois braços e as duas pernas, é público que já havia uma maioria pré-formada, uma panelinha, dentro daquele Directório, para só passarem as coisas que esse mesmo grupo queria e tu tens conhecimento de várias delas.

Quanto à frase "órgão esse que fazia parte o colega DJ (entre outras figuras de triste memória para a Lista R e AAFDL)." espero que não estejas a dizer que sou uma pessoa de triste memória para a Lista R e para a AAFDL, sobretudo depois de tudo o que fiz por estas duas instituições. Feitos esses que bem conheces, todos eles mais do que muitos que por aí andam.

Que gostes do André Pardal, aceito, respeito e é uma coisa. Que exponhas factos que não são verdade, ou que contes certas coisas de forma incompleta (como aconteceu em alguns pontos que focaste), é outra coisa bem diferente.

Titá disse...

Impressionante: Os anos passam e as situações continuam iguais....

DSF disse...

Factos:

- André Pardal foi o principal impulsionador para que a AAFDL fosse dos fundadores da AAUL. Aliás, esteja activamente na elaboração dos estatutos deste órgão;

- Conferência de Bolinha: no mínimo 100 pessoas (e ninguém me disse, eu estive lá.) Espero que tenhas feito a afirmação descabida das 4 ou 5 pessoas por conferência porque desconhecias esta situação;

-André Rijo e Bruno Cabral na AAL: quer dizer, foi importante ter posto o Gonçalo Pereira na FNED, mas ter postoe stes 2 colegas na AAL já não presta. Incongruências...

-Directório da Lista R tinah 15 pessoas, que decidiam por maioria: ou seja, não poderá ter sido apenas André Pardal a decidir acabar com o Dep.Pol.Educativa... já agora, em quem votaste tu?

-Antes de André Pardal, a AAFDL estava encurralada dentro das paredes da FDL. Com ele passou activamente a intervir em ENDAS, AG da AAL e renasceu a FNED. Achas pouco?


E volto a reafirmar que não é por se estar num departamento popularucho e com trabalho mais visível no interior da FDL que se trabalha mais ou se obtém melhores resultados. Quem pensa assim pensa mal e em ponto pequeno.

ATG disse...

- Sim, foi o impulsionador da AAUL, depois de outros terem iniciado o projecto.

- Que conferência inédita foi essa que teve 100 pessoas e a Política Educativa organizou? Onde está isso no relatório de actividades? De certeza que foi SÓ a Política Educativa que organizou?

- Foi importante por o Gonçalo Pereira na FNED porque revitalizou um órgão que estava em baixo há muitos anos. Sem sombra de dúvida que fez um bom trabalho e que prestigiou a FDL e o Direito. O Cabral e o Rijo são dois tipos competentes mas... o facto deles estarem lá trouxe o quê à FDL e a Direito? Não me conseguiste responder.

- Já te expliquei como funcionava essa maioria e como passavam certas coisas. Essa maioria confiou em grande parte no que o André Pardal dizia, porque tinha sido quem tinha estado à frente do Departamento. As contradições foram constantes, sendo a machadada final o argumento contra o Tiago Cabanas, afirmando que não o queria na Direcção.
A minha opinião sobre isso? Não quero correr o risco de mentir, mas
creio ter dito que a ser verdade que o Cabanas chantageou a Lista R abandonando a lista e passar para o outro lado, como o André Pardal disse que aconteceu, então poderia ir embora, porque a Lista R não precisa de chantagistas. A mesma coisa havia sido dita do Erse, e pela boca do mesmo André Pardal. Posteriormente, os dois vieram desmentir que alguma vez fizeram chantagem com quem quer que fosse. A ser verdade que haviam pessoas a chantagear membros do Directório da Lista R, com o intuito de terem lugares, então essas pessoas não interessavam. Caso contrário, não vejo o porquê de um Departamento ter que ser Gabinete só porque iria ser o Cabanas a figura mais visível do mesmo.

- Se não interviesse mais na FNED com o Gonçalo Pereira presidente, o escândalo seria maior ainda. Quanto aos ENDA's, vai ver nos anos anteriores, e vais verificar que a AAFDL marcou sempre presença em ENDA's e fazia-se ouvir. Quanto à AAL, a FDL tanto se fazia ouvir, que bem me recordo da reunião de Direcção em que se votou na retirada da AAFDL daquele órgão, porque não se ganhava nada a não ser o direito a pagar a quota. O André Pardal fez o quê pela FDL na AAL? Nada!

Gustavo Gouveia disse...

http://www.portugal.gov.pt/pt/GC19/Governo/Nomeacoes/Nomeacoes_MAAP/SEDJ/Pages/0029.aspx

Bom tacho