segunda-feira, janeiro 08, 2007

Uma gota (limpa) no Oceano

Rui Rio apresenta-se nos dias que correm como um caso único na política portuguesa. Assim que chegou à Câmara do POrto, não se pôs a bajular os supostos "donos da cidade", enfrentou homens influentes como foi o caso de Pinto da Costa e seus capachos, mandou acabar com um número significativo de barracas situadas em bairros problemáticos no Porto, cortou com a ligação de quase-servidão da CMP em relação ao Futebol Clube do Porto (ainda para mais, em período aúreo do clube, com conquistas nacionais e internacionais importantes), entre outras medidas importantes.
No seguimento da sua actuação no seu 1º mandato, Rui Rio foi o único autarca do país a não conceder tolerância de ponto no dia 26 de Dezembro , dando uma lição importante a toda a sociedade portuguesa e principalmente ao Governo da República, que devia ser no momento em que vivemos a entidade que mais deveria dar bons exemplos ao nível de competência, rigor e de produtividade. Mas assim não sucedeu (ex: o nosso PM estava nessa altura no Brasil, a apanhar Sol numa estância de luxo...). Com esta tolerância de ponto, mais uma vez o laxismo, o facilitismo e o "deixa-andar" voltaram a vingar no nosso país. Numa altura em que são pedidos sacrifícios a todos, eis que só o sector privado trabalhou dia 26 de Dezembro, condicionado claro está pelos serviços públicos encerrados por causa da "ponte".
Rui Rio porém não agiu desta maneira, sob pena de ser tornar impopular, na linha da sua actuação guiada pelo interesse e serviço público. Foi trabalhar, como todas as pessoas normais em dias úteis. Já anteriormente, ao ter acabado com um "subsídio a fundo perdido" que existia na CMP há muitos anos, sem se saber muito bem para o que servia, Rui Rio demonstrou que para ele a gestão dos dinheiros públicos (que resultam dos impostos) , que é "dinheiro de outros"é bem mais importante e gera uma maior responsabilidade do que gerir o nosso próprio dinheiro. Assim sendo, a polémica concessão do Rivoli a uma entidade privada (Filipe La Féria, o único cineasta de grande nível em Portugal, que tem sempre as salas cheias) apresenta-se como uma medida acertada, pois sustentar grupos teatrais que têm assistências de 10 pessoas por sessão com dinheiros públicos é uma afronta que não é admissível.
Fosse o nosso país gerido como a actual CMP que certamente estaríamos bem melhor.

2 comentários:

ATG disse...

Muita falta fazia um Rui Rio no Governo. Neste órgão lá temos que levar com mais um bando que gosta de comer no bolo. Rui Rio, "o impopular", já tomou várias medidas que mostram que é um político de respeito e não teme nada, nem ninguém, e consegue, com tais medidas e afrontas, não ser contestado no Porto, mas visto como um exemplo!
Força Rui Rio! Foi uma das maiores descobertas e uma das melhores apostas dos últimos anos do PSD!

Ana disse...

Aplaudo este post e também a atitude de Rui Rio. ALiás, as atitudes. E quando vejo na tv, darem tempo de antena e fazerem de coitadinhos funcionários da CMP, que foram trabalhar no dia 26, a dizerem: " até houve colegas que tiveram de por um dia de férias porque os infantários e escolas estavam fechados!"
E os outros milhares de pessoas que não são funcionários publicos fazem o quê?
Além disso, se as pessoas passam a vida a apregoar que "as coisas estão tão mal", e que "não há dinheiro", então deviam querer ir trabalhar para ganharem mais esse dia. Como tal, a crise não deve ser assim tão grande, porqu eo que queriam era poderem ficar em casa para ir po shopping gastar. E mais, em vez de andarem a votar em autarcas que têm processos crime por burla, ponham os olhos em quem quer acabar com conluios entre camaras e outras entidades!