quarta-feira, setembro 20, 2006

Carta Aberta ao Presidente do Conselho Científico da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Prof. Dr. Jorge Miranda

Caro Professor:
Foi com profunda tristeza que recebi a notícia que o último classificado a entrar na nossa faculdade este ano obteve a média de 11,3 valores. Numa Faculdade como a nossa, com o prestígio imenso que tem, obtido ao longo de todos estes anos, é uma mancha na nossa imagem o que passou este ano. Numa faculdade em que o rigor, a qualidade e a exigência são imagens de marca, temo que com a falta de qualidade que muitos alunos este ano têm (sim, porque quem uma média miserável não aguentará muito tempo na FDL) possa danificar irremediavelmente a nossa FDL.
Como agora já não há nada a fazer, talvez só para o ano (deixo como sugestão reduzir o número de vagas para 300 no máximo, além de os alunos terem no mínimo 12 valores nas específicas), venho por este meio pedir-lhe que dê instruções directas a todos os docentes no sentido de:
-continuarem exigentes e com programas das disciplinas de qualidade;
-não facilitarem na avalição dos alunos;
-de não terem problemas em chumbar quem realmente não consegue atingir os patamares mínimos para passar nas cadeiras, mesmo que isso signifique um grande número de chumbos;
-continuarem com as orais com o mesmo nível de dificuldade;
-os exames deverão também manter o nível de exigência.
Fica aqui a humilde opinião de um antigo aluno da FDL que, apesar de algumas vezes ter protestado com a dificuldade da avaliação, hoje sente-se recompensado a nível pessoal por ter sentido na pele a exigência que a FDL impõe aos seus alunos. E para que a imagem da nossa Faculdade no mundo profissional seja sempre muito bem considerada, não pode de maneira alguma a qualidade dos licenciados piorar, sob pena de cairmos no descrédito total.
Com os melhores cumprimentos,
Diogo Saramago Ferreira

Sem comentários: